Na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, estamos diante de uma das passagens mais reveladoras de toda a Bíblia. Jesus é celebrado como rei, mas o seu reinado está entre nós. Jesus não é um rei em trono distante, mas aqui conosco. Deus escolheu estar com o homem, escolheu se entreter conosco. Senhor que é o homem, para que dele cuide tanto assim.
No encontro final conosco, não nos será perguntado sobre a nossa religião, e nem sobre nossas opções morais. Tudo isso é um meio para estar com Ele. Naquele dia, mesmo as pessoas que não professam a mesma fé, ouvirão o vinde benditos de meu Pai. Quem faz o bem aos mais necessitados, é cristão, ainda que não professe a fé cristã, ainda que diga não acreditar.
Quem ama o ser humano realmente é cristão, e, mesmo por outras vias seguindo as sementes do Verbo, encontra a Jesus Cristo presente nos mais excluídos, Compreender Jesus Cristo presente no pobre não é tão difícil. Por intuição espiritual já imaginávamos que Ele estivesse presente no meio daqueles que têm fome, sede, e estão nus.
Tudo isso Jesus sentiu no calvário, pois também teve sede, fome e morreu nu, pois quis participar do sofrimento humano até o limite. O que mais intriga, é a afirmação de que Ele está com os presos. Aqueles mesmos presos que muitos na sociedade em que vivemos gostariam de ver lixados. Esses seres humanos que nos assustam pela sua forma de viver, e que Jesus diz estar neles. Por que, Senhor, por que fostes se entreter com eles?
Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, o dia 26 de novembro de 2023, é o último domingo do Tempo Comum, o quer dizer que estamos encerrando o ano litúrgico.
Tu és o rei dos Judeus?
O texto no Evangelho de hoje (Mateus (25,31-46), é uma descrição profética do julgamento. E foi feita para mostrar que todos os homens são julgados a partir do ponto de vista decisivo de uma fé, que é ou não vivida de forma correta. O ato final de Jesus é um ato de separação. Ele vem como rei universal para fazer o julgamento, a separação final.
Jesus separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. As ovelhas seriam todos aqueles que praticaram a justiça, e que ficarão a direita, sinal de salvação. Enquanto que os cabritos seriam os que praticaram a injustiça, e ficarão a esquerda como sinal de condenação.
Portanto, o critério utilizado para o julgamento de toda a humanidade, e da história, é o da prática da justiça, ou seja, colocar a própria vida como serviço do amor que constrói um mundo, em que a verdade e a justiça fazem aflorar a fraternidade.
Para o Evangelista João, a piedade divina se traduz na misericórdia e solidariedade para com os outros. O Filho do Homem não exigiu nada para si mesmo, nem culto, nem orações, mas solidariedade praticada e traduzida na partilha dos bens.
Jesus apresenta-se como testemunha autentica da verdade, que é Ele mesmo. Isto é o mistério de Sua pessoa e fundamenta a sua realeza, Sim, Eu sou Rei! Festa de Cristo Rei. Ele é Rei, mas não deste mundo.
PARA REFLETIR:
- Em nossa vida de cristão, como me coloco diante de Jesus?
- Considero Jesus rei e centro do universo em minha vida?
- O que muda em mim quando comemoro a Solenidade de Cristo Rei?
- Tenho plena consciência de que a minha profissão de fé, bem como a observação de preceitos morais são apenas meios para encontrar Jesus, no irmão mais necessitado?
- Onde busco o Senhor, apenas nos Sacramento, ou também na pessoa dos mais necessitados, com a prática da caridade?
- Como são diferentes os caminhos do Senhor. Dai-me, Senhor, a graça de te seguir, mesmo sem te compreender. Deus nos fala por muitos meios, por sua palavra, pela oração, e pelas pessoas. Eu tenho procurado ouvir a sua voz?
Senhor Jesus, sou sabedor que Tu és Rei, e centro do meu coração, de minha vida. Ajuda-me na compreensão desse mistério que Tu és a verdade. Quero ser testemunha fiel e perseverante no anúncio do Reino e da vida plena em Deus.
O mundo precisa de paz e o meu coração de amor a Deus, ao próximo, a começar na minha família, a Igreja doméstica, e o primeiro núcleo de civilização!