Somos convidados a rezar o terço todos os dias, ainda mais neste mês especial em que celebramos três festas marianas. Nossa Senhora de Fátima, no dia 13, Nossa Senhora Auxiliadora, dia 24, e Visita de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel, no dia 31. Esse foi um dos pedidos de Nossa Senhora, quando apareceu aos pastorinhos em Fátima, que rezassem o terço todos os dias pela conversão dos pecadores.
O Papa Francisco, há cerca de dois meses, consagrou a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria. Ao consagrar esses dois países, ele consagrou também a humanidade inteira. O mesmo gesto, o Papa São João Paulo II, havia feito anos atrás, ao nos consagrar à Nossa Senhora, consequentemente, nos consagramos ao seu filho, Jesus Cristo. Devemos sempre renovar essa consagração. Ao final da reza do terço diário, podemos fazer a oração da consagração a Nossa Senhora e sempre renovar a nossa consagração a Ela, a Mãe de Deus, Mãe da Igreja e nossa Mãe, para que todas as nossas ações tenham a proteção de Maria. Durante esse mês, podemos reunir a nossa família e rezar o terço juntos. Família que reza unida permanece unida. A família pode reunir-se em torno da imagem de Nossa Senhora e rezar o terço e pedir que Nossa Senhora abençoe aquele lar. Cada vez que rezamos o terço, oferecemos rosas a Nossa Senhora. Que possamos oferecer muitas rosas à Nossa Senhora. São dois meses especiais em que somos convidados a rezar o terço todos os dias: o mês de maio, que é o mês Mariano e das mães, e o mês de outubro, que é o mês do Rosário e das Missões. Da mesma forma que somos convidados a ir à missa todos os dias, somos convidados a rezar o terço todos os dias. Por meio da oração do terço, obtemos muitas graças para nós e para a nossa família. Por isso, podemos colocar as intenções por quem queremos rezar na reza do terço e confiar que Nossa Senhora nos atenderá.
Rezando o terço, contemplamos os mistérios sobre a vida de Jesus Cristo. Nesta oração, homenageamos Nossa Senhora e contemplamos os mistérios da vida de Jesus. O católico deve sempre carregar o terço no bolso de sua calça ou bolsa ou na mochila, para que Nossa Senhora sempre acompanhe e, é claro, tirar o terço do bolso ou da mochila para rezar.
Nas paróquias têm o grupo do terço dos homens, terço das mulheres, das famílias, das crianças, que se reúnem em grupo uma vez por semana para rezarem o terço e meditarem o evangelho. Quem sabe podemos participar desses grupos durante esse mês de maio e nos meses seguintes continuar participando. Muito bom ver esses grupos se reunindo para rezar, principalmente, os homens, pois existe o preconceito de dizer que só as mulheres rezam. Precisamos fortalecer esses grupos em nossas paróquias e convidar, amigos, vizinhos e parentes.
O rosário surgiu em meados do século IX, na Irlanda. Na época, era uma das formas de oração mais usadas pelos monges. Atualmente, o rosário contém 200 Ave-Marias e contempla todos os mistérios da vida de Cristo Jesus. Já o terço, contém 50 Ave-Marias, intercaladas por um Pai Nosso e Glória.
Em 1202, o Papa Inocêncio III deu a São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, a missão de ir até a França para lutar contra a heresia Albigense. Passados seis anos de missão, São Domingos não conseguiu grandes feitos e, tomado por esse sentimento, dirigiu-se até um bosque para rezar, chorar e suplicar a Nossa Senhora um instrumento espiritual eficaz para vencer essa batalha.
Depois de três dias, Nossa Senhora aparece a São Domingos acompanhada de três de anjos e diz a São Domingos que a melhor forma de vencer aquela batalha era rezando o saltério angélico, que hoje conhecemos como o terço. A missão de São Domingos era difundir o saltério angélico para as pessoas, que consistia na saudação do Anjo a Maria: “Ave, cheia de graça”. A partir de então, São Domingos difundiu a devoção ao terço, na época chamado de Saltério da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Passados alguns anos, Nossa Senhora aparece ao beato Alano de Rupe, da ordem de São Domingos, para pedir-lhe que retome o entusiasmo pela reza do Santo Terço. Alano então criou as agrupações de 50 Ave-Marias e acrescentou o Pai-Nosso no início de cada dezena. Por volta de 1700, São Luiz de Montfort propõe praticar reflexões a cada dezena da Ave-Maria, assim surgem os mistérios do terço. É uma coração contemplativa.
A oração do terço é bem antiga e aparece nas revelações particulares, de modo especial em Fátima como um pedido da Virgem Maria. Aos poucos, essa oração foi sendo estruturada até chegarmos ao que temos hoje, como tudo na Igreja e na vida, sempre precisa de ajustes e aperfeiçoamento. Que possamos manter essa tradição da reza do terço e conseguir muitas graças para nós e nossas famílias.
Texto: CARDEAL ORANI JOÃO TEMPESTA
Imagem: PIXABAY
Fonte: CNBB