“O SACERDOTE É O AMOR DO CORAÇÃO DE JESUS”. Com esta frase de São João Maria Vianney, cuja memória a Igreja celebra em 4 de agosto, junto também com a data conhecida como o DIA DO PADRE, expressa a sua compreensão sobre o que são os presbíteros e o que representam para a humanidade e para a Igreja. São João Maria Batista Vianney foi proclamado pelo Papa Pio XI Padroeiro dos Párocos e dos Sacerdotes que têm Cura de Almas no mundo todo, por Carta Apostólica datada de 20 de abril de 1929.
Segundo dom Guilherme Werlang ser padre na Igreja Católica Apostólica Romana, não é mérito, mas graça, porque é chamado, é vocação recebida, é dom gratuito que vem de Jesus de Nazaré, que continua passando pelas Comunidades Eclesiais, escolas, universidades, ruas, vilas, campos, cidades, favelas, em famílias bem estruturadas ou totalmente desestruturadas, a chamar: “VEM E SEGUE-ME!”
Para dom Guilherme, para ser um padre bom e verdadeiramente cristão, em seus ensinamentos, em seus atos e atitudes, em seu testemunho e sua vida, acima de tudo, tem que se esforçar ao máximo, para que apesar de sua fraqueza, limites humanos, pois nunca perde a condição humana, se assemelhe o máximo que puder a quem o chamou, Jesus de Nazaré.
E é exatamente o amor muito grande a Deus e a Jesus Cristo e por suas causas o que sustenta a vocação do missiólogo e padre palotino, Daniel Luz Rocchetti.
“É um amor por Deus, em primeiro lugar, e um amor especial de predileção pelas coisas que Deus ama. Deus ama em primeiro lugar os homens e toda a obra da criação. Eu alimento este amor por Deus pela oração, pelos sacramentos, mas também, como sacerdote, no contato com as pessoas, na missão de anunciar esse amor que dele por nós e que pode ser correspondido por cada um de nós e, de certa forma, também pode ser comunicado por meio de relações positivas, saudáveis, abertas e acolhedoras com quem precisa. Então, eu diria que a força motriz que alimenta minha vocação sacerdotal é o amor: amor por Deus, pelos homens, o amor experimentado por Ele, o amor que eu quero corresponder e me faz amar as pessoas e a missão”.
PATRONO DOS PADRES
Conhecido e amado como o cura D’Ars, povoado francês, ao norte de Lião, onde exerceu o seu ministério sacerdotal, João Maria Vianney (1786-1859) é daqueles homens aos quais se aplicam as palavras de são Paulo: “Deus escolheu os mais insignificantes para confundir os grandes”. Este camponês de mente rude, nascido em Dardilly, passara pela tempestade revolucionária e pela exaltada epopéia napoleônica sem sequer perceber. Ou melhor, teve de se esconder por certo período, por haver desertado do exército napoleônico em marcha para a Espanha sem entender a gravidade de seu comportamento, somente porque não conseguia acertar o passo com o seu batalhão.
No seminário ainda lhe foi mais difícil acompanhar os seus colegas de estudos pela confusão mental que fazia diante de simples página de filosofia ou de teologia, pelo que os seus mestres, desanimados, deixaram até de interrogá-lo. É lástima, disse um deles ao Vigário geral, porque é modelo de piedade. “Modelo de piedade? — exclamou este. — Então eu o promovo e a graça de Deus fará o resto”. Em 1815 deram-lhe as ordens sagradas, mas sem a autorização para confessar, pois o julgavam incapaz de guiar as consciências. Quem poderia imaginar que João Vianney se tornaria um dos mais famosos confessores que a história da Igreja conhece?
Após um ano de aprendizado em Ecully, sob a direção do abade Balley, a quem se atribui o mérito de haver percebido naquele bobo “iluminado” os ocultos carismas da santidade, João Maria Vianney foi para Ars como vigário capelão, e depois passou a ser vigário ou cura. Ars, no planalto de Dombes, tinha apenas duzentos e trinta habitantes, que viviam em casas com tetos de palha. Os únicos centros de divertimentos eram quatro hospedarias com bastante movimentação, contra as quais o jovem cura começou a trovejar do seu púlpito. Tanta severidade poderia afastar aquela gente.
Ao contrário, dez anos depois, Ars estava completamente transformada. Tavernas desertas e a igreja povoada. Pois a severidade do vigário jamais estava separada de incomensurável bondade e generosidade. Possuía somente a desbotada batina que tinha no corpo. Mas era capaz de privar-se de sapatos e meias na estrada se encontrasse um pobre infeliz, com quem trocava até as calças se as do mendigo estivessem piores que as suas. Morreu aos setenta e três anos, a 4 de agosto de 1859. Antes mesmo que Pio XI o inscrevesse no catálogo dos santos em 1925, Ars já se havia transformada em meta de peregrinações.
Extraído do livro: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
Fonte: CNBB