5º DIA DA NOVENA DE NATAL

NOVENA

PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA: Lucas 1, 39-56

REFLEXÃO – DE ESPERANÇA EM ESPERANÇA

“Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre.” Maria é a mulher feliz de fé, escolhida para cooperar ativamente na salvação dos homens. Ao ser saudada por Isabel, proclama um Deus misericordioso que exalta os pobres e pequeninos em detrimento dos ricos e poderosos.

No pontificado do Papa Pio XII, em 1950, foi definido o dogma da Assunção de Nossa Senhora. Ignoramos como e quando se deu a morte de Maria, que desde muito cedo foi festejada como “dormição”. A Igreja também celebra, em Nossa Senhora, a realização do Mistério Pascal. Sendo Maria “cheia de graça” e sem sombra alguma de pecado, quis o Pai associá-la à ressurreição de Jesus. Maria, glorificada pela Assunção, é a criatura que atingiu a plenitude humana na salvação.

Para o cristão, a Ressurreição é a etapa conclusiva da salvação. Nesse sentido, Maria, elevada ao céu, é imagem e modelo da criatura plenamente salva, liberta, realizada. No Evangelho de Lucas, encontramos o fato, a dinâmica e todo o objetivo da vida que em Maria se realiza de forma livre e plena.

Nosso destino é um novo céu, uma nova etapa na terra que se verifica nas realidades terrestres, na luta pela libertação do homem de tudo aquilo que, no plano de Deus, não entra. Na atitude de Maria, ser humano realizado, toda pessoa encontra inspiração de vida, fé e amor: o projeto se torna realidade; o mal é vencido; o amor triunfa. Na Assunção de Maria, a terra e o céu se encontram. Maria é simples, humilde e digna de trazer Jesus ao mundo, e procuramos seguir o seu exemplo! Como estamos respondendo ao chamado de Deus para também fazermos parte do plano da salvação?

“Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu em seu ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo.” As duas são mães na esperança. O encontro das duas mães é, na realidade, o encontro dos dois filhos. João Batista inaugura sua missão anunciando, pela boca de sua mãe, o senhorio de Jesus, manifestação de seu messianismo e de sua profunda relação com Deus. A resposta de Maria à saudação de Isabel, que tradicionalmente designamos com o nome latino de “Magnificat”, é um salmo de ação de graças composto por citações e alusões ao Antigo Testamento, de forma especial ao canto de Ana, mãe de Samuel.

Lucas nos mostra, neste canto, um tema de sua predileção: a piedade de Deus pelos pobres.

Movida pelo Espírito Santo, Isabel profetiza, reconhecendo o segredo que acontece no corpo e na vida de Maria. Ela é a mãe do Messias. Por isso, elogia a grande fé de Maria, chamando-a de “bendita entre todas as mulheres”. Maria, ao aceitar a Palavra de Deus com uma profunda fé, como reconhece Isabel, o demonstra por meio da caridade, visitando sua parente, e, diante desse mistério, compreende e age. Sua adesão à vontade de Deus e sua obediência não traduzem preguiça e dificuldade, mas alegria e decisão.

“Maria foi às pressas para uma cidade de Judá, na região montanhosa.” Segundo o Evangelista Lucas, Maria se mostrou sensível à Palavra de Deus e aceitou a missão de ser a mãe de Jesus. E Ele lhe falou, fazendo-a saber que sua prima Isabel precisava de sua ajuda. Sua resposta foi generosa e imediata. E, às pressas, foi para a cidade de Judá.

Mas acontece que Maria estava em Nazaré, na Galiléia, e sua prima estava em uma cidade de Judá. Precisava caminhar três dias para lá chegar. Era uma região muito montanhosa, sem estradas comodas, então Maria teria que subir ladeiras íngremes para chegar até lá. Nada disso impediu Maria de abandonar sua casa e ir. E foi. Maria também estava grávida. Poderia alegar isso para se eximir de ajudar Isabel. Quanto ensinamento para nós que, por qualquer dificuldade, deixamos de ajudar os outros.

Maria e Isabel, duas mães. Uma idosa e estéril, a outra jovem, ainda não esposada, porém ambas mães, porque para Deus nada é impossível. O episódio da visita ilustra o agir de Deus na história e as pessoas que Ele escolhe. Maria visita Isabel e canta. Canta ao seu Deus as maravilhas que Ele realizou por meio dela, canta a Sua misericórdia, o poder do Seu braço, e como saciou os pobres, acolheu Israel, Seu servo, e a promessa feita a Abraão. A Igreja canta esse hino todos os dias por meio da Liturgia das Horas. E o ecoar da voz de Maria em nossas comunidades. É preciso esperançar, isto é, deixar-se mover pela esperança que nos conduz ao encontro dos irmãos para servir e dar a vida.

Senhor Jesus, que a força libertadora continue a impulsionar as nossas comunidades a favor dos pobres, dos famintos e dos marginalizados. E com grande alegria, aproximamo-nos do Natal, tempo de celebração do nascimento de nosso Salvador. Que renasçam em nosso coração as virtudes teologais da fé, esperança e amor!

O mundo precisa de paz e o nosso coração de amor.
A Paz de Jesus, o Amor Fraternal de Maria!